Em um mundo onde os sonhos muitas vezes parecem inalcançáveis, a história de Mara Romero Borella brilha como um símbolo de superação, coragem e paixão. Nascida na Itália, ela não apenas rompeu barreiras dentro do esporte, como também se tornou a primeira e única italiana a pisar no octógono do UFC, a maior organização de artes marciais mistas do mundo.
Mas antes dos holofotes, houve escuridão. Mara começou sua jornada nas artes marciais quase por acaso. Aos 16 anos, enfrentando desafios físicos e emocionais, encontrou no jiu-jitsu uma rota de fuga. Treinou por um tempo, parou, tentou o fisiculturismo, mas nada a fazia se sentir completa — até que reencontrou as artes marciais. Foi nesse reencontro que a vida dela começou a mudar de verdade.
O caminho até o topo foi duro. De treino em treino, Mara foi evoluindo: passou pelo kickboxing, voltou ao jiu-jitsu e mergulhou de vez no MMA. Cada soco, cada queda, cada vitória e cada dor eram pedaços de uma reconstrução pessoal. Ela diz com orgulho: “O esporte me ajudou a voltar à vida normal”. E como voltou.
Se tornou número 1 da Europa. O reconhecimento veio — e junto com ele, um presente que mudaria tudo: amigos e companheiros da academia juntaram dinheiro para comprar uma passagem para os Estados Unidos. O objetivo era simples: treinar, evoluir, sonhar. Em menos de duas semanas em solo americano, a organização Invicta FC a convidou para lutar. Ela aceitou, lutou — e venceu.
Depois disso, não havia como voltar atrás. Vendeu tudo o que tinha na Itália e se mudou de vez para os Estados Unidos. E então, o impossível aconteceu: Mara foi chamada para o UFC. Estreou com garra, com alma, com toda a bagagem de quem já lutava muito antes de entrar em uma arena. Lutou em Charlotte, mas sofreu uma grave lesão no joelho. O sonho parecia ameaçado — mas Mara não se entregou.

Enquanto se recuperava, começou a estudar inglês, e nesse novo capítulo, conheceu Ângelo, que se tornaria mais do que um companheiro: um parceiro de vida. Juntos, formaram uma família — com amor, com luta, com lealdade. Estava tudo indo bem até que o destino impôs uma nova batalha: a pandemia.
Sem conseguir renovar o visto durante o caos da Covid-19, Mara teve que deixar os EUA e retornar à Itália. Deixou para trás não apenas o octógono, mas também uma parte do coração. A volta foi difícil: Itália em lockdown, sem acesso, sem vacina, sem direitos básicos. Ela tentou retornar, mas esbarrou na burocracia e na dura realidade do mundo pós-pandêmico.
Mas como toda grande guerreira, Mara não parou. Hoje, ela prepara atletas de alto nível, compartilhando toda a sua experiência com uma nova geração de lutadores que sonham alto como ela um dia sonhou. Mais do que isso, Mara vive um novo e maravilhoso capítulo da sua vida: ao lado de Ângelo, ela recebeu seu maior presente — a pequena Olympia, filha do casal, fruto de um amor construído com respeito, coragem e companheirismo.
Histórias como a de Mara não são apenas sobre vitórias em campeonatos. São sobre vitórias na vida. São histórias que brilham, que inspiram, que mostram que nada é impossível para quem acredita, insiste e segue lutando.
Mara Romero Borella é mais do que a primeira italiana no UFC. Ela é uma campeã da vida — e um exemplo vivo de que os sonhos são, sim, possíveis.
Mara Romero Borella: A Primeira Italiana no UFC e a Luta Pela Vida Dentro e Fora do Octógono
Mara Romero Borella: A Primeira Italiana no UFC e a Luta Pela Vida Dentro e Fora do Octógono
